Arquivo do mês: junho 2016

Mês do Coração de Jesus, meditação do trigésimo dia

Santíssimo Sacramento

Terceiro meio de obter a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

AS VISITAS AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

A divina Eucaristia não dá proveito só aos que a recebem. Para colherem-se alguns dos frutos de vida que encerra, basta visitar Jesus Cristo nesse adorável Sacramento, basta desejá-lo, basta pensar nele, e voltar-se em espírito para alguma Igreja onde Ele descansa.

Esta era a prática de grande número de Santos, entre outros de Santo Afonso de Ligório. Muito contentam ao Coração de Jesus estas freqüentes adorações e visitas. Esse dulcíssimo Coração está no Sacramento, qual perene fonte que, correndo dia e noite sem interrupção, anelando derramar-se nos corações para purificá-los e fertilizá-los, convida todos os homens a virem beber nele, e parece chamar do fundo de Seu Santuário, como outrora o fez no meio da multidão dos judeus que acudiam para as suntuosas festividades: “Se alguém tiver sede, venha a Mim e beba. Si quis sitit, veniat ad me et bibat” (Jo 7, 37).

A solidão de Seus templos nos anuncia que Jesus não é agora mais atendido do que era antes. Também parece que consola-se da insensibilidade de uns, junto ao pequeno número de almas fiéis que à sua voz acodem; porque  é normalmente nessas visitas que Jesus se compraz em prodigalizar-lhes copiosas graças; e de todas as que então concede, a mais comum é, podemos dizer, a graça de Seu amor; porque se entre os homens a amizade se alimenta e cresce com visitas e conversações freqüentes, assim é que também por este meio se amará com maior veemência a Jesus Cristo.

Fala-Lhe, alma fiel, nessas visitas, como o filho ao seu pai, como a esposa ao mais amável dos esposos. Ora expondo-Lhe tuas necessidades espirituais: “Senhor, aquele a quem armais está doente”. Ora agradecendo-Lhe Seus benefícios: “Bendiz, minha alma ao Senhor, e tudo quanto em mim existe bendiga Seu Santo Nome”. Ora louvando Sua bondade: “Como é bom o Deus de Israel”. Ora Sua Misericórdia: “Vossa misericórdia, Senhor, se sobrepõe a todas as vossas obras!” Ora o Seu Amor: “Ó Coração de Jesus, ferido, desfalecido de amor, o que direi dos extremos de Vosso Amor?” Aniquila-te diante dEle: “Falarei a meu Senhor, eu que não sou senão pó e cinza?” Entra, enfim, até o tabernáculo, e nele estabelece morada. Aí lança-te aos pés de Jesus, a exemplo de Madalena, banha-os com tuas lágrimas, beija-lhe as mãos traspassadas de cravos por teu amor, reclina-te sobre Seu Coração, com o discípulo amado, e declara-Lhe que aí queres descansar para sempre nesta e na outra vida, sem buscar mais, em parte alguma, alegria e consolação.

Não podeis desculpar-vos de vossa pouca assiduidade em visitar Nosso Senhor com a falta de tempo. Acha-se tanto para desperdiçar em conversações inúteis! Só a Jesus não se poderá sacrificar cinco minutos? Sim, cinco minutos, ao menos, todos os dias, de colóquio com Ele, em Seu Sacramento, já satisfazem Seu Coração.

Morais talvez debaixo do mesmo teto com Ele, basta-vos dar alguns passos, quanto muito, para visitá-lo, e recusais-Lhe tão diminuto sinal de reconhecimento que Jesus está pronto a recompensar com os mais assinalados favores. Será civilizado e cortês passar diante da casa do amigo ou morar perto dele sem entrar para cumprimentá-lo?

Prática

Tomai a firme resolução de não passar um só dia sem visitar muitas vezes a Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, se habitais em lugar onde Ele repousa.

Oração jaculatória

Ó Jesus! Ó meu Deus, cujos discursos não podem enfadar, dizei uma palavra à minha alma, dizei hoje, dizei sempre, nunca Vos caleis. Tantum dic verbo!

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Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo nono dia

a formação da moça católica dia 11

Segundo meio de obter a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A COMUNHÃO FREQUENTE

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é exatamente um exercício de amor. Basta saber o que é comungar para compreender que não há meio mais seguro para de súbito incendiar-se alguém nas chamas do amor de Jesus Cristo do que aproximar-se com freqüência deste divino Sacramento. Diz o Sábio: “Não é possível trazer fogo dentro de si sem queimar-se”. Este fogo sagrado é a adorável Eucaristia, que, no dizer de São Bernardo, é o amor dos amores.

Vamos, pois, com freqüência a esta fonte de todos os bens; aí unidos e incorporados a Jesus Cristo, autor da graça, vê-la-emos fluir todos os dias sobre nós com profusão sempre nova; aí, nossas paixões, insensivelmente amortecidas, desaparecerão afinal; o pendor de todo o mal que nos é inato, converter-se-á em doce atrativo para todas as virtudes, cujo santuário é o Coração de Jesus, que delas exemplo nos dá neste Sacramento. Aí, possuindo, se bem que oculto a nossos olhos, o tesouro do Céu, receberemos o penhor da eterna bem-aventurança, prometida aos que dignamente se aproximam deste Sacramento de amor; porque de nada carece para a sua salvação e perfeição, quem possui a Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento; d eforma que, em acabando de comungar, pode a alma fiel dizer, como Santa Madalena de Pazzi: “Tudo está consumado”.

Este celeste alimento contém todos os bens e depõe na alma todas as graças, dons, virtudes, de sorte que o fiel que dele goza nada mais tem a desejar.

Ah! Quantas graças perdemos, não comungando com mais freqüência! Os fiéis da Igreja primitiva comungavam todos os dias, mas também qual não era a fé e o fervor deles!

Oxalá soubéssemos que pena causamos ao Coração de Jesus pela nossa indiferença para com a Santa Eucaristia! Disse um dia o Divino Salvador a Santa Margarida Maria: “Tenho ardente sede de ser adorado pelos homens do Santíssimo Sacramento; e não encontro quase ninguém que se esmere por saciar-Me o desejo”.

Não sejamos do número destas almas ingratas; cheguemo-nos à Sagrada Comunhão com a disposição de desagravo, é este o meio de compensar Jesus Cristo, e ganhar Seu Coração.

Mas se já temos a felicidade de comungar frequentemente, ah! Por que não faremos melhor uso de tão precioso meio de perfeição e salvação?

Sempre os mesmos depois de tantas comunhões! Qual o motivo por que, animados de fé e confiança não nos lançamos aos pés de Jesus Cristo, realmente presente em nós, e não Lhe dizemos do íntimo do Coração: “Não, Senhor, não Vos deixarei ir, antes que me abençoeis; não me levantarei, senão depois que me tiverdes dado a força para dominar as inclinações que tantas vezes de Vós me afastam; se não, depois que me houverdes infundido desejo eficaz e insaciável de tudo fazer e tudo sofrer por vosso amor, e cumprir a toda hora e em todas as ocasiões a vossa santa vontade”. Digamos, enfim, que a sua glória está empenhada em tornar digno dEle um coração que transformou em santuário Seu.

O que pode Jesus recusar-nos, depois de Se nos haver dado todo inteiro?

Prática

Esforçai-vos por tornar-vos dignos de comungar com freqüência, e não esqueçais que da preparação e ação de graças depende todo o fruto deste grande ato.

Oração jaculatória

Quem me dará essa carne divina, a carne do meu Senhor, para dela alimentar-me?

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Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo oitavo dia

dia 3 a formação da moça

Meios de obter a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

PRIMEIRO MEIO – A ORAÇÃO

O primeiro meio de conseguir ardente amor a Jesus Cristo, e terna devoção a Seu Sagrado Coração é a oração.

Motivo há para nos admirar que onipotentes, por assim dizer, não sejam os cristãos, que têm meio seguro e infalível de alcançar o que desejam, principalmente porque ele não consiste senão em apenas pedir. Jesus Cristo Se tem freqüente e solenemente empenhado em atender as nossas súplicas (Croiset). “Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á”. Tudo que almejardes, pedi, e vos será concedido.

A oração é a primeira necessidade que o Espírito Santo sugere às almas que deseja arrancar do abismo da perdição, o primeiro sinal de conversão. Ananias receava ir ter com Saulo a qual Senhor o enviava: que prova lhe deram que já não era perseguidor, senão fiel de coração e vontade? Esta somente: Ora (Atos 9, 1).

A oração é também o primeiro exercício que o inimigo das almas lhes faz abandonar, quando quer atraí-las para suas emboscadas. Por isso diz Santa Teresa: “Orai, orai”.

Oremos, pois, oremos cheios de confiança e humildade, principalmente com perseverança; não nos cansemos nem desanimemos tampouco. O momento em que cessaremos de importunar a Divina Misericórdia será talvez aquele em que esta vá deixar-se aplacar. Diz São Lourenço Justiniano: “A oração abranda a ira de Deus, que perdoa ao pecador  que ora com humildade”. Alcança o que pede, triunfa todos os esforços dos inimigos de nossa salvação; purifica, muda os pecadores e fá-los Santos. Diz Salomão: “Apenas recorri a Deus, deu-me a sabedoria”. Diz Davi: “Apenas abri a boca para orar, recebi o socorro de Deus”.

A Santa Brígida, disse Nosso Senhor que de muito excede sempre as nossas petições  e votos, e que a cada instante atender-nos-ia se pedíssemos convenientemente dispostos.

“De todas as orações, nenhuma pode ser mais agradável a Jesus Cristo do que aquela em que lhe solicitamos o amor de Seu Sagrado Coração. roguemos, supliquemos; é impossível pedi-lo com instância sem obtê-lo. Fácil é o meio, e eficaz; e neste caso não há duvidar, pedir é obter.

Servi-vos deste mesmo Coração para apoiar vossa súplica, e não temais que não seja favoravelmente recebida”. (Croiset)

Pouco tempo antes de sua morte, Santa Matilde assegurou que, tendo certo dia pedido a Nosso Senhor uma grande graça que lhe haviam solicitado, respondeu-lhe Jesus: “Filha, dizei à pessoa por quem Me rogais, que em Meu Coração procure tudo quanto desejar, que infalivelmente achará, que tenha grande devoção a este Sagrado Coração; tudo Me peça por meio dele, qual inocente criancinha que não tem outro plano senão o que lhe sugira o amor para do pai conseguir tudo o que quer”.

Prática

Nada podeis fazer mais agradável ao Coração de Jesus do que frequentemente unir-vos a Ele pela Comunhão espiritual, que consiste, segundo São Tomás, em “ardente desejo de receber Jesus Cristo, e em sentimento afetuoso como se realmente o tivéssemos recebido”.

Oração jaculatória

Que minha língua se me apegue ao paladar, paralise-se minha mão direita, se eu te esquecer, ó Coração de Jesus! Si oblitus furero tui, oblivioni detur dextera meã; adhoereat língua mea faucibus méis, si non meminero tui (Sl 136, 5).

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Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo sétimo dia

a formação da moça católica dia 12

Meios de vencer os obstáculos à devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A MORTIFICAÇÃO

Quereis conhecer o meio de vencer os obstáculos que o exame particular nos tiver feito descobrir? Adotai corajosamente a mortificação interior e exterior; ambas são absolutamente necessárias para chegar à perfeição, não podendo uma subsistir sem outra.

A mais necessária, porém, é incontestavelmente a interior, da qual ninguém se pode dispensar. Incessante violência convém fazermo-nos para tomarmos o reino dos céus.

Ninguém há que não possa mortificar seu gênio, desejos e inclinações, e calar em ocasião em que a vivacidade o levaria a responder e a vaidade a falar. Eis principalmente em que consiste esta mortificação interior pela qual debilitamos o amor próprio, e nos libertamos de nossas imperfeições.

Debalde nos lisonjeamos de amar a Jesus Cristo, se não formos mortificados; todas as práticas de devoção, e belos sentimentos de piedade tornam-se suspeitos, sem a perfeita mortificação. Quando a Santo Inácio falavam de alguém como de um Santo, ele respondia: “Será, se for verdadeiramente mortificado”.

Não basta vos mortificardes durante certo tempo, ou em alguma coisa; cumpre fazê-lo sempre e em todas as coisas com prudência e discrição. Uma satisfação desordenada que dais à natureza, torna-a mais altiva, digamos assim, e mais rebelde, do que cem vitórias conseguidas a teriam enfraquecido.

O exercício desta mortificação é conhecido de todos que sinceramente aspiram à perfeição. Em tudo acham eles ocasião de contrariar suas inclinações naturais. Basta tenham grande desejo de ver ou falar para obrigá-los a abaixarem os olhos, ou calarem-se; o prurido de notícias ou de saber o que se passa ou o que se diz, é para eles motivo de habitual mortificação, tanto mais meritórias quanto mais freqüentes, e de que só Deus é testemunha. Uma palavra dita a propósito, um gracejo feito com espírito, pode granjear estima na conversação; mas pode também ser matéria de belo sacrifício. Sendo cem vezes interrompidos em uma ocasião muito séria, cem vezes respondamos com tanta paciência e doçura como se ocupados não estivéssemos.

Os incômodos próprios de lugar, da estação, das pessoas, etc., eis ainda outras ocasiões para nos mortificarmos, que são de grande merecimento; bem se pode dizer que as maiores graças e a mais sublime santidade ordinariamente dependem da generosidade com que nos mortificamos constantemente nestas pequenas ocasiões que sem cessar se nos apresentam.

Não julgueis que aplicando-vos à mortificação levareis vida melancólica e pesada: o jugo de Jesus Cristo é suave e leve. Não se iludiram os Santos quando exclamavam: “Eu superabundo de alegria no meio das tribulações”. Diz São Francisco Xavier: “Estou escrevendo aos jesuítas de Roma, estou em uma terra onde para as comodidades da vida tudo falta; nas tantas consolações interiores sinto aqui que receio perder a vista de tanto chorar de alegria”.

Ânimo! Só o primeiro passo custa. Experimentai.

Dizia um grande servo de Deus: “Se no fim de quinze dias de continuada e perfeita mortificação, não sentirdes as doçuras que a outros inebriaram, consinto que digam que penosa é a vida daqueles que amam verdadeiramente a Jesus Cristo, e pesado é o Seu jugo”.

Prática

Examinai-vos todos os dias sobre o vosso defeito dominante, e sobre uma virtude que procurais adquirir.

Oração jaculatória

Vosso desolado Coração, oh Jesus, me ensine a fugir, a desprezar, a detestar todas as terrenas satisfações.

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Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo sexto dia

dia 26

Quatro obstáculos aos frutos abundantes da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Quatro obstáculos nos detêm no caminho da verdadeira devoção ao Coração de Jesus.

É o primeiro a tibieza, estado bem triste. A alma tíbia só faz o que não pode omitir. Sem caridade, sem fervor, a si própria é pesada, e em lugar de progredir no caminho da virtude, recua. Tanto mais deplorável é este estado, quanto menos perigoso o julgarmos. Evitamos os pecados grosseiros, e cremo-nos por isso em segurança; mas é porque esquecemos o que diz o Senhor no Apocalipse: “Por seres tíbio, lançar-te-ei de minha boca”. Como se quisesse dizer: “Não mereces viver em mim; não terás acesso até meu Coração, porque me retribuis a ternura com frieza criminosa.” Confissões sem emenda, comunhões sem fruto, sã as conseqüências comuns de tão desgraçado estado.

O amor próprio é o segundo obstáculo. A observância do Evangelho encerra-se toda nesta palavra de Jesus Cristo: “Se alguém quiser seguir-me, renuncie a si próprio, tome sua cruz, e siga-me”… Nisto, porém, poucos são os que pensam seriamente. Não gostam senão das virtudes que lhes agradam e combinam com seu humor; como pode, porém, um coração assim disposto unir-se com o Sagrado Coração de Jesus?

O terceiro obstáculo é alguma paixão favorita que poupamos e não queremos sacrificar. Por mais que se domem quase todas, ficando uma só deste gênero, torna-se impossível a união dos corações. Examinai de boa fé qual é a que reservais, e sacrificai-a generosamente ao Coração de Jesus. Menos vos custará, acreditai, renunciar a ela, do que satisfazê-la.

O quarto obstáculo é um orgulho secreto. Vencem-se e enfraquecem-se os outros inimigos pela prática das virtudes, ao passo que este se fortifica com elas. Pode-se dizer que de todos os vícios nenhum há que tanto tenha paralisado as almas no caminho da piedade, e da mais alta perfeição as tenha abismado na tibieza e até na desordem, como o orgulho.

Deste espírito de vaidade procede o imoderado desejo que temos de aparecer, de sair bem do que empreendemos, e, também, a tristeza e desânimo em que caímos depois dos reveses; o entusiasmo que sentimos quando nos dão louvores.

Tal espírito insinua-se até no exercício das maiores virtudes; somos mortificados, obsequiosos, honestos, delicados, caridosos, cheios de zelo pela salvação, meditação, et., mas gostamos também, (dizemos) pra edificação do próximo, que sejam conhecidas estas nossas qualidades.

É do orgulho que dimanam as susceptibilidades em pontos de honra, esfriamentos, pesares que tanto aproximam da inveja, bem como a pena oculta que nos causam os triunfos dos outros, que buscamos amesquinhar, e a extrema tristeza e desalento que experimentamos quando resvalamos em alguma falta semelhante. Em suma, passamos por espirituais, supomo-nos tais, e só nos conduzimos pela prudência mundana; a superfície espiritual encobre paixões reais: e na hora da morte, pessoas que julgamos encarregadas de riquezas espirituais, acham-se com as mãos vazias de boas obras; porque certo amor próprio, ambiçãozinha e orgulho latente, tudo roubaram e corromperam. Eis o verme que faz secar e tombar os mais altos e frondosos carvalhos.

Prática

Examinai se tendes que vencer em vós algum destes quatro obstáculos à devoção ao Coração de Jesus.

Oração jaculatória

Criai em mim, Senhor, um coração digno de se unir ao Sagrado Coração de Jesus!

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Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo quinto dia

dia 25

Imagens do Sagrado Coração de Jesus

Quem ama de alguma maneira se consola da ausência do amigo, considerando-lhe o retrato; traze-o consigo, beija-o com ternura, contempla-o com freqüência. É o que o devoto Lausperge nos aconselha com as imagens do Coração de Jesus: “Para o alimento de vossa devoção, tende alguma imagem do adorável Coração, colocai-o em lugar que possível vos seja vê-la frequentemente, a fim de, com esta vista, suscitar em vós o fogo do amor divino; beijai-a com o mesmo afeto com que oscularíeis o próprio Coração de Jesus Cristo; entrai em espírito nesse Coração deificado, imprimindo-lhe com ardor o vosso, sumindo nele vossa alma inteira, com desejo de que nele se absorva, esforçando-vos por atrair para o vosso coração o espírito que anima o de Jesus, suas graças e virtudes, em suma, tudo quanto há de salutar nesse Sagrado Coração; pois é fonte superabundante de todo o bem”.

Se não fora salutar esta prática, ensinaria a Igreja o culto das Santas Imagens?

Diz Santa Teresa em sua vida com aquela admirável simplicidade que lhe é peculiar: “Sendo eu pouco hábil em representar-me os objetos, gostava muito das imagens. Ai daqueles que por sua culpa perdem os socorros que nela poderiam achar! Parece que não amam Nosso Senhor; porque se O amassem, jubilariam de ver-lhe o retrato, como no mundo ditosos se julgam os que vêem o das pessoas que lhes são caras”.

Nada é mais capaz de nos levar à veneração das imagens do Coração de Jesus do que o prazer que sabemos que Ele tem vendo-as honrar.

Sobre este assunto se refere Santa Margarida Maria: “Dia de São João Evangelista, depois da Comunhão, apresentou-se-me o Coração de Jesus, como em refulgente trono formado de foto e chamas mais brilhantes do que o Sol. A chaga que recebeu na Cruz aí aparecia visivelmente, e uma coroa de espinhos circundava esse Sagrado Coração, que tinha uma cruz em cima. Revelou-me o divino Salvador significarem esses instrumentos da Paixão, que o imenso amor, que aos homens tinha, havido sido origem de todos os seus sofrimentos; que desde o primeiro instante de sua Encarnação, todos esses tormentos e desprezos lhe foram apresentados; que desde logo a Cruz foi, por assim dizer, plantada em Seu Coração; que aceitou todas as dores e humilhações que Sua santa Humanidade tinha de sofrer no curso de sua vida mortal, e assim também os ultrajes a que Seu amor aos homens O exporia até a consumação dos séculos, habitando com eles no Santíssimo Sacramento.”

Contam que os habitantes de Antioquia detiveram um grande terremoto, escrevendo nas portas das casas estas palavras: Chrisus nobiscum, state; Jesus Cristo está conosco, pára.

Tenhamos em nosso coração a estampa do Coração de Jesus e, desafiando afoitamente o inimigo de nossa salvação, em nossas tentações podemos dizer-lhe: “O Coração de Jesus está comigo, pára”.

Prática

Convém trazer consigo uma imagem do Coração de Jesus, e ter outra no oratório.

Oração jaculatória

Vamos cheios de confiança ao trono da graça, ao Sagrado Coração de Jesus, a fim de experimentar os efeitos da sua misericórdia, e nele encontrar socorro para as necessidades. Adeamus ergo cum fidúcia ad thronum gratiae, ut misericordim consequamur et gratiam inveniamus in auxilio opportuno (Heb 4, 16).

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo quarto dia

dia 24

Vigésimo quarto dia

Devoção dos Santos ao Sagrado Coração de Jesus

Ninguém há tão pobre que não tenha um lugarzinho para morar. As aves têm ninhos e as raposas covis, como disse Nosso Senhor; não convém, portanto, que só o cristão esteja sem domicílio, errante e vagabundo no mundo. Onde poderá ele fixar-se melhor do que no Coração de Jesus, que é mais augusto, magnífico e santo do que todos os palácios dos monarcas?

Os Santos bem o sabiam; tanto assim, que nele estabeleciam sua habitação. Santa inveja tinha São Boaventura do ferro da lança que nos abriu a entrada deste dulcíssimo Coração, e dizia que se em lugar dela houvesse estado, jamais teria saído deste sacrossanto asilo. “Se me quiserdes achar”, escrevia Santo Eleazer a Santa Delfina, “procurai-me na chaga do lado de Jesus Cristo; aí é que eu moro”.

Diz Lansperge: “Aprendei a estanciar nesta chaga; se gostais de repouso, é ele o tálamo da esposa, semeado de açucenas e rosas. Se quereis lograr êxito de vossos bons desejos e anelais produzir boas obras, é ela o ninho da pomba. Se apeteceis recolhimento, é ela o retiro do pardal solitário. Se lágrimas e suspiros vos agradam, é aí que a rolinha faz ressoar seus gemidos. Se andais acossados pela fome, aí achareis o maná do céu que cai no deserto: se estais sequiosos, aí encontrareis a fonte de água viva que brota do Paraíso e se entorna aos borbotões no coração dos fiéis.

Não receeis serdes mal recebidos; pois não deveis ignorar as carícias que faz o Filho de Deus aos que o honram. Convida-os a descansar docemente junto ao Seu Coração, à imitação de São João; mostra-lhes Seu lado aberto, como a São Tomé, e fá-los beber nesta fonte” (Nouet).

Diz São Bernardo: “Aproximai-vos de Jesus, exultai, e transportai-vos de alegria com a lembrança de Seu Coração. oh! Como é bom e delicioso habitar nesse Coração!

Adorarei e louvarei o nome do Senhor nesse templo, nesse Santo dos Santos, nessa Arca da Aliança, dizendo com Davi: ‘Achei um Coração para orar a meu Deus, e este Coração é o de meu Rei, meu Irmão, e meu dulcíssimo amigo Jesus’.

Tendo encontrado este Coração, que também é o meu, oh dulcíssimo Jesus! Eu vos adorarei, Deus meu! Recebei minhas súplicas nesse santuário de propiciação: atraí-me todo para esse Coração, oh Jesus! Mil vezes mais belo e amável que todas as formosuras da terra, lavai-me cada vez mais das minhas indignidades, purificai-me de meus pecados, para que de vós possa aproximar-me, e habitar em vosso Coração todos os dias de minha vida”.

Nosso Senhor revelou a Santa Margarida Maria que São Francisco de Assis estava particularmente unido a Seu divino Coração, e que especial poder tinha para dEle obter graças. São Francisco de Sales durante sua vida habitava no adorável Coração de Jesus, onde o repouso não podia interromper suas maiores ocupações.

Prática

Se não podeis ir, a exemplo dos missionários, pregar em longínquas terras, podeis ao menos inspirar o amor de Jesus Cristo a vossos amigos; é a vossa missão. Sois obrigados a instruir vossos servos. Deus pedir-vos-á conta das suas almas. Estas funções, conquanto pouco brilhantes, são, todavia, muito meritórias.

Oração jaculatória

Ditosos habitantes dos Céus, que tendes patentes o Coração de Jesus, e que o amais sem partilha, nem temor de inconstância, alcançai que eu o conheça, e como vós o ame para sempre.

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo terceiro dia

dia 23

Prática em honra do Sagrado Coração de Jesus

Em cada momento da vida Deus nos distribui Suas graças, por causa dos merecimentos e do Sangue de Seu Filho, facilitando-nos a aquisição de imensos tesouros para a eternidade. Cumpre, porém, confessar que todos os dias temos, pela nossa negligência, perdas incompreensíveis. A maior parte de nossas ações perde seu valor por falta de intenção pura. Convém sair dessa letargia; e o melhor meio de tornar nossas ações o mais meritórias possível para nossa salvação e gloriosas para Deus, é servimo-nos da seguinte prática que Blozius nos ensina. Diz ele: “Consiste em oferecer vossas boas obras e todas as vossas ações ao Sagrado e dulcíssimo Coração de Jesus, a fim de que por ele sejam purificadas; pois tanto amor vos tem que está sempre pronto a aperfeiçoar do modo mais digno de Si o bem que em vós pôs.

Santa Margarida Maria em resposta a uma consulta, dava o mesmo conselho: “Visto que vos afligis no serviço de Deus, aconselho-vos o seguinte: Não vos perturbeis, basta unirdes-vos em tudo o que fizerdes ao Sagrado Coração de Jesus; no começo, para servir de disposição, e no fim para satisfação. Por exemplo, se não podeis ter na oração sentimentos devotos, contentai-vos em oferecer a que o divino Salvador faz por nós no Santíssimo Sacramento do altar, oferecendo seu fervor em reparação de toda a vossa tibieza, e dizei em cada uma de vossas ações: “Meu Deus, eu quero fazer ou sofrer isto em união com o Sagrado Coração de vosso divino Filho, e seguindo suas santas intenções, as quais vos ofereço para reparar tudo quanto de imperfeito e impuro têm as minhas”. Em uma palavra, este dulcíssimo Coração suprirá tudo o que puder faltar da vossa parte, pois Ele amará a Deus por vós, e vós amá-Lo-eis nEle e por Ele.

Um dia em que Santa Gertrudes orava e fazia esforços para desempenhar com atenção este santo exercício, mas que por fraqueza humana sofria muitas distrações, o que sobremaneira a afligia, pensava: “De semelhante oração, feita, com tantos desvios de espírito, que fruto se pode esperar? Então Jesus, apresentando-lhe Seu Coração, disse-lhe: “Eis Meu Coração, delícias da Santíssima Trindade. Eu to apresento para que supra o que te falta; recomenda-lhe com confiança todas as tuas ações, e ele as fará perfeitas a meus olhos: estará Meu Coração de hoje em diante sempre pronto a servir-te, e por ti suprirá a todos os instantes tuas negligências”.

Aproveite esta instrução; se amais, orais, trabalhais e sofreis, orai, trabalhai e sofrei em união com as aflições, trabalhos, orações e sofrimentos do Coração de Jesus.

Ainda mais: quando cometerdes alguma falta, depois de vos humilhardes, ide buscar no Coração de Jesus a virtude contrária à vossa má inclinação; a humildade, por exemplo, a caridade, resignação e paciência com os defeitos do próximo, e oferecei-as ao Pai Eterno em expiação de vossos defeitos. Meio curto e fácil é este de pagardes as vossas dívidas no mesmo instante em que as contraís e de adquirirdes imensos tesouros de merecimento”.

Prática

Era esta a prática habitual da venerável Margarida Maria. Dirigi-vos, como ela, simplesmente ao Coração de Jesus e dizei-lhe depois de vossas culpas: “Senhor, vedes o mal que acabo de praticar; pagai, se vos apraz, pela vossa pobre escrava”. À noite, entregai ao adorável Coração todas as ações do dia, a fim de que purifique Ele o que de imperfeito nelas houver.

Oração jaculatória

Eu durmo; vosso Coração, que vos dignais permitir que chame meu, vela por mim, sobre mim e em mim. Ego dorm o et cor meum vigilat (Cant. 5, 2).

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Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

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Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo segundo dia

dia 22

Queixa do Sagrado Coração de Jesus

Escutemos as queixas que se digna fazer-nos o Coração de Jesus, as quais são nova prova de Seu amor, pois Ele só se queixa porque ama; e nos ama unicamente para nossa felicidade, sem interesse algum da própria, que não diminui com a nossa salvação.

O que devo fazer por ti, oh! Povo cristãos, oh! Meu povo, que não tenha feito? Em que te contristei? Responde-Me. In quo contristavi te? Responde mihi. Distingui-te entre as nações que deixei sentadas nas trevas e à sombra da morte eterna, para fazer-te compartilhar o dom incomparável da verdadeira fé, e tu o deixaste sem fruto em tua alma indiferente. Eras uma bela vinha que plantei com Minhas Mãos e não produziste para Mim senão amargura, porquanto em Minha sede deste-Me vinagre para beber; e muita mais pela tua tibieza e ingratidão, que pelo ferro da lança, traspassastes o Coração de teu Salvador. Por ti derramei todo o Meu Sangue até a última gota; e que apreço lhe deste? Que proveito dele tiraste? Quae utilitas in sanguine meo? Chamei-te para Meu reino, e para a Minha herança; e tu Me deste caha por cetro, coroa de espinhos por diadema, pela inconstância de teu coração, pelo orgulho e fausto do teu proceder. Tomando tua natureza, elevei-te até a participação da Divindade; e tu Me suspendeste na Cruz pelas tuas culpas. Alimentei-te não com o maná que teus pais comeram, e que não os impediu de morrer, mas com o pão descido dos céus, que encerra em Si a vida eterna; e tu dilaceraste Meu Corpo Místico, chegando até a negar esse inefável benefício que faz a admiração dos Anjos. Oh, vós todos que passais pelo caminho da vida, considerai e vede se há dor igual à que sente Meu Coração por semelhante ingratidão! O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videte si est dolor, sicut dolor meus.

O divino Salvador queixa-Se também à Sua fiel serva Margarida Maria, de modo não menos vivo, descobrindo-lhe Seu Coração: “Eis aqui o Coração que tanto amou aos homens, que nada poupou até exaurir-se e consumir-se para testemunhar-lhes seu amor. Entretanto, da maior parte deles não recebo senão ingratidões, pelas irreverências, sacrilégios, desprezo e tibieza que têm para Comigo no Sacramento de Meu Amor; e o que Me é ainda mais sensível, é serem corações que Me foram consagrados os que assim Me tratam”.

Mostrando-lhe em outra ocasião Seu Coração dilacerado e traspassado de golpes: “Eis as feridas que recebi de Meu povo escolhido; os outros contentaram-se em ferir-Me o corpo; estes, porém, atacam Meu Coração, este Coração que nunca cessou de amá-los”.

E não são as nossas almas ingratas? Não é de nós que Jesus Se queixa, nós alistados em Sua milícia pelo santo batismo, alimentados tantas vezes com Sua carne sacrossanta; nós talvez consagrados a Seu Coração em alguma confraria encarregada de reparar tantos ultrajes, e nós, todavia, tão frios, tão indiferentes para com este Divino Coração?

Ah! Com razão de sobra nos diz Jesus pelo Rei Profeta: “Se fosse um inimigo que assim me tratasse, eu o teria suportado; mas ser desprezado, desamparado de meus amigos, de meus filhos, daqueles que eu amo! Si inimicus maledixisset mihi, sustinuissem utique” (Sl 54, 23).

Prática

É na oração que aprendereis até que ponto chegou o excesso do amor de Jesus para convosco, e com que ingratidão lhe correspondestes. Este conhecimento produzirá o arrependimento e o amor, e vos decidirá a empreenderdes tudo por Jesus. Não passeis nunca um dia sem fazer quinze minutos de oração.

Oração jaculatória

Ó Coração de Jesus, mostrai ao mundo este prodígio, que um coração tão ingrato como o meu se abrase todo em Vosso amor.

 3 vezes

Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

O livro pode ser baixado no blog alexandria católica.

Mês do Coração de Jesus, meditação do vigésimo primeiro dia

dia 21

Ingratidão dos homens para com o divino Coração de Jesus

“Se feridas não recebe o Coração de Jesus, estranhas indignidades tem sofrido desde que instituiu o Sacramento de Seu amor. Pode-se imaginar coisa mais indigna do que os ultrajes que o judeu, o herege, o ateu lhe fazem suportar há tantos séculos, e até ao fim do mundo?” (Nouet).

Contudo, ainda mais deplorável é o procedimento dos que têm o nome de cristãos, e que ainda conservam algumas práticas do Cristianismo. Jesus habita entre os homens, digna-se descer-lhes ao coração; chega a dizer estas admiráveis palavras: “São minhas delícias estar com os filhos dos homens. Deliciae meae esse cum filiis hominum (Prov 8, 3).

Mas, Senhor, como Vos tratam esses ingratos? Dignais residir no meio deles que até vos recusam decente habitação. Ousam hospedar-vos sob teto de palha, ao passo que vivem em palácios. “Não vedes”, dizia com amargura de coração o Santo Rei Davi ao profeta Natã, “que enquanto eu habito em casa de cedro, a arca do Senhor meu Deus ainda está debaixo da tenda!” (2 Reis 7, 2). Oh Arca verdadeira do Novo Testamento, da qual a antiga não era mais que imperfeita figura! Oh Senhor! Oh Jesus! Quem hoje se incomoda e se aflige no seio de sua opulência com a lembrança de vossa desnudez nas Igrejas? Se ao menos à míngua de esplendor nos templos materiais, achásseis em nossos corações acolhimento submisso e respeitoso! Mas não! Dia e noite estais no santuário, esperando e chamando os homens, e dias, noites, semanas se passam sem que os vejais aparecer; ou se vos fazem certas visitas, somente os costumes, as conveniências os conduzem.

O corpo está em vossa presença, mas o coração bem longe está! No Sacramento vos achais sempre ocupado com eles, sempre em estado de vítima diante de vosso pai, oferecendo por eles vossas chagas; ao passo que em vossa presença pensam em tudo, menos em adorar-vos; conservam postura tão pouco respeitosa, que o próprio herege, que nega vossa presença real, os censura!

Na Comunhão da Missa Jesus se lhes oferece: “Eis aqui o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira os pecados do mundo”; vinde todos a Ele. O próprio Jesus os convida com estas admiráveis palavras: “Comei, amigos, e bebei; embriagai-vos com a torrente de minhas delícias, caríssimos meus; vinde, comei meu pão, bebei meu vinho, que vos preparei”. Todos, porém, fogem, como se não tivessem chagas a curar, nem máculas a apagar; respondem que têm outros convites a satisfazer e outros amigos a servir.

Céus! Tomai-vos de espanto à vista de tal prodígio de ingratidão! Obstupecite coeli super hoc! (Jer 11, 12).

Oh cristãos! Oh povo insensato e perverso! É este o reconhecimento que tributais a vosso Senhor e a vosso Deus? generatio prava et perversa, hoeccine reddins Domino popule stulte et insipiens? (Deut 32m 5-6).

Oh Jesus, tão terno, generoso, e cheio de amor para conosco, podíamos nós fazer chaga mais cruel em vosso coração? ah! Eu Vos ouço dizer: “Esperei que um daqueles a quem amo viesse compadecer-se da minha dor; mas não houve um só, ninguém se apresentou. Et sustinui qui simul contristaretur et non fuit, et qui consolaretur, et non inveni (Sl 68).

Prática

Não passeis um só dia sem vos recordar dos benefícios que recebestes de Deus: a criação, a conservação, o chamamento á verdadeira fé, a educação cristã, Sacramentos, graças particulares, etc.

Oração jaculatória

O que retribuirei ao Senhor por todos os bens de que me cumulou? Tomarei o Coração de Seu Divino Filho, e oferecerei; certo de que ficarei plenamente desobrigado. Quid retribuam Domino pro omnibus quoe retribuit mihi? (Sl 115, 3)

3 vezes

Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós!

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!

O livro pode ser baixado no blog alexandria católica.