2° A vocação é um chamado de Deus
– Por que termos medo das dificuldades entrevistas?
– Por que nos deixarmos influenciar por outros que não pelo próprio Deus?
– Por que não nos abandonarmos docemente à sua mão paternal?
– Por que não O deixarmos conduzir-nos para onde Ele quer e como quer?
b) Se Ele chama, dará suas graças. – Toda vocação é acompanhada de luzes e de socorros segundo as dificuldades que comporta. Guardadas as devidas proporções, a vocação é como uma missão confiada a uma criatura. Chamando-a a ela, enviando-a a ela, impelindo-a, Deus deve a si mesmo o conceder-lhe o que lhe é necessário.
c) Se Ele chama, habitualmente indicará a sua vontade. – Atrativos naturais e sobrenaturais serão, as mais das vezes, como que o sinal da sua vontade, Esses atrativos podem muito bem combater, contrariar e mesmo imolar um coração fazendo-o sacrificar as mais legítimas aspirações que a princípio podiam tê-lo seduzido. É certo, com efeito, que a graça não mata a natureza. E eis aí por que foi que custou a Joana d’Arc deixar sua mãe, suas companheiras, sua vida calma e tranqüila. Porém ela soube dizer: “Deus o manda! Ainda quando eu tivesse cem pais e cem mães e fosse filha de rei, partiria mesmo assim!”
d) Se Ele chama, não mudará por si mesmo. – A vocação, às vezes, é uma graça muito grande. Mormente então é a coisa gratuita que não se poderia pretender.
Flor divina, pode ela em certos casos estiolar-se, fenecer na alma; porém não morre sem que o queiramos ou sem que dela nos tornemos positivamente indignos. Um nada, o mais pequeno orvalho, uma oração, uma lágrima bastará para fazê-la reviver; porque Deus não muda, e, se não rejeitarmos os seus dons, não será Ele quem pense em no-los retirar.
Parte V
A vocação da donzela
Capítulo I